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Arts Centre, à nós, cabe contemplar... |
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"Three Businessmen Who Brought Their Own Lunch", Swanston St |
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"Public Purse", uma bolsinha gigante para sentar no $, na Burke St |
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‘Architectural Fragment’, em frente à State Library, alerta à transitoriedade de tudo! |
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Catavento, no anúncio sobre energia renovável, no ponto de tram! |
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"Fallen Soldier", que relembra vítimas das guerras, em praça. |
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Girafa que animou festival na futurística, Federation Square! |
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Não é um quadro, mas foi pintado pelo mesmo autor do cenário abaixo... |
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As cores que pintam o outono da cidade! |
O que torna uma cidade especial? Seus habitantes? Sua arquitetura? Sua gastronomia? Seu clima? Seus negócios? Seu passado? O quê? Difícil saber. A meu ver, é a sua singularidade, aquilo que talvez não seja visível, mas que coabite as entrelinhas de seu cotidiano. A gentileza, a expectativa de vida, a vontade de não sair mais de lá, o desejo de fazer o tempo parar naquele lugar.
Chegar a este estado de nirvana urbano contemporâneo é um processo, algo que não se dá de imediato. É preciso sentir de onde emanam as singularidades da cidade, para tomar consciência, com o tempo, de que se trata de um lugar especial. Comigo foi assim. Mas há sinais, esses sim paupáveis, que indicam o caminho para esta descoberta gradual. A arte é um deles.
Melbourne é pura arte. Arte em todos os sentidos. Arte da convivência, com a miscigenação e pluralidade de culturas vivendo pacificamente; arte da boa mesa, que resultou do encontro bem sucedido entre a cozinha ocidental e a oriental; a arte de priorizar a qualidade de vida, e dedicar-se tanto ao trabalho quanto ao lazer; a arte de reconhecer a arte, inspirar e fazer mais arte. Nesse ciclo artístico é que Melbourne se construiu e se perpetua.
Além do invisível, que só captamos com o tempo, também existe a arte explícita aqui, com os espetáculos incríveis em cartaz em seus múltiplos teatros; nas esculturas surpreendentes espalhadas pelas praças e ruas , ou em exposições ao ar livre; nos acervos dos museus e galerias; nas fachadas e interiores dos prédios; na decoração das lojas, bares e restaurantes; na publicidade lúdica e sutil; no design dos trams; nos contínuos festivais; e nas cores e contrastes da natureza, que sempre nos comovem. A arte como algo que representa um valor maior, em suas mais variadas expressões, que transmite informação, e que, no caso de Melbourne, transmite bem-estar, é o que torna esta cidade singular, especial; é o que nos faz querer parar no tempo, usufruir e contemplar.
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