Um custo de vida salgado, como o mar... |
É preciso se adaptar; correr na praia, para malhar... |
Que saudades do UK! Tão mais barato para se viver... |
Aqui só resta ser zen, abrir a cabeça para se adaptar! |
Está certo que o Brasil há muito tempo inflacionou de vez. Para o bolso brasileiro, tudo está acima do orçamento hoje em dia. O mercado imobiliário disparou; o preço dos carros é um absurdo; fazer mercado está cada vez mais difícil, bem como manter o guarda-roupa, o cabeleireiro, a casa, a vida social e até a saúde em dia! Trabalha-se cada vez mais para dar conta do custo de vida, passa-se cada vez mais tempo no trânsito para fazer qualquer coisa, se gasta cada vez mais do salário para se ter cada vez menos no Brasil. Quanto estresse... E se para o bolso quase vazio do brasileiro está difícil se manter em casa, que se dirá de se manter na Austrália? Quando se pensa neste país tão maravilhoso, com uma das mais altas qualidades de vida do planeta, muita gente já pensa em vir para cá de mala e cuia e deixar o Brasil, com todas as suas mazelas, para trás. E com as portas abertas à imigração, vir para cá pode até ser a oportunidade imperdível de encontrar a felicidade; imperdível e impagável, porque o custo de vida do país é altísimo!
Já morei na Inglaterra por mais de um ano e retornei de lá no fim do ano passado. Para se ter uma ideia de como o Brasil encareceu, apesar da fama de “caro” do UK, posso afirmar que lá eu estava gastando menos do que no Brasil, em muita coisa. Mas quando cheguei à Melbourne, aí sim, vi que o que está difícil, pode piorar ainda mais... Cada Dólar Australiano vale quase dois Reais, então para ter uma ideia aproximada dos preços, é só dobrar o valor e dar um descontinho. Com uma moeda tão poderosa, levando em conta os preços do transporte, com aluguel, alimentação, vestuário, saúde e lazer, a Austrália é algo muito além do poder aquisitivo do brasileiro. A menos que se trabalhe aqui e se receba na mesma moeda, se manter no país é um treino diário de jogo de cintura.
Como estamos aqui com bolsa do Capes, e resolvemos não tocar em nossas economias pessoais, para ter maior segurança quando retornamos ao Brasil, cada dia na cidade é um desafio para economizar. Eu e o Mário gastamos em torno de três mil Dólares por mês aqui, sem luxo algum. Para se ter uma noção básica dos gastos, listei algumas das despesas que temos...
Quando chegamos à Melbourne, imaginamos que alugaríamos um apezinho, mas só conseguimos bancar um Studio flat, que deve ter uns 35 metros quadrados e nos custa 1500,00 Dólares Australianos por mês, pouco menos de 3 mil Reais, sem incluir conta alguma. A internet é pré-paga, porque os planos todos exigem fidelidade mínima entre 12 e 24 meses. Ou seja, gastamos 300 Dólares só para ter internet, que é de péssima qualidade. Telefone, nós não temos, por conta da fidelidade de tempo também. Com isso, gastamos mensalmente em torno de 120 Reais de celular, que só usamos para falar monossilabicamente um com o outro, de vez em quando. Que saudades da Inglaterra e seus planos de cel/tel e internet por 24 Libras por mês...
Alimentos também são caríssimos! Um quilo de frango sai por volta de 12 Dólares, ou 24 Reais; os pães de forma custam em média 3,5 Dólares; um pé de alface custa duas doletas; um refri 2 Litros sai por 3,40, ou seja, quase sete Reais. E foi-se o tempo em que preço de banana era pechincha, porque com as enchentes em Queensland, o quilo da banana está saindo por 13 Dólares, ou 26 Reais! Sem encher o carrinho, gastamos por baixo 800 Dólares por mês em compras, muito mais do que na Inglaterra, infinitamente mais do que no Brasil! Isso sem mencionar os gastos com transporte... O bilhete mensal em Melbourne, que permite uso ilimitado de trams, ônibus e metrô, sai por pessoa, 113 Dólares, ou quase 226 Reais. Na Inglaterra, esse gasto não passava 40 Libras mensais, 140 Reais aproximadamente.
Alimentos também são caríssimos! Um quilo de frango sai por volta de 12 Dólares, ou 24 Reais; os pães de forma custam em média 3,5 Dólares; um pé de alface custa duas doletas; um refri 2 Litros sai por 3,40, ou seja, quase sete Reais. E foi-se o tempo em que preço de banana era pechincha, porque com as enchentes em Queensland, o quilo da banana está saindo por 13 Dólares, ou 26 Reais! Sem encher o carrinho, gastamos por baixo 800 Dólares por mês em compras, muito mais do que na Inglaterra, infinitamente mais do que no Brasil! Isso sem mencionar os gastos com transporte... O bilhete mensal em Melbourne, que permite uso ilimitado de trams, ônibus e metrô, sai por pessoa, 113 Dólares, ou quase 226 Reais. Na Inglaterra, esse gasto não passava 40 Libras mensais, 140 Reais aproximadamente.
Outra despesa pesada aqui é com o vestuário. As roupas são bem mais caras do que no Brasil, e não há uma loja mais econômica suficientemente decente para suprir nossas necessidades. No Brasil, há opções como a C&A, Renner e Zara; no Reino Unido, a incrível Primark nos supriu muito bem; mas aqui as opções são a Target e Rivers, que apesar de mais populares, ainda assim são caras. Para bolsos mais comprometidos, o jeito é ir às tradicionais secondhand stores...
Além destes gastos “obrigatórios”, que não temos muito como economizar, ainda colocamos no papel as despesas com lazer, afinal, não dá pra vir pro outro lado do mundo e não se divertir... Um cineminha básico sai por 18 Dólares (inteira), ou quase 36 Reais. Às terças, no entanto, o ingresso custa apenas 11 doletas, ou 22 Reais. Os museus são na maioria pagos, diferentemente da Inglaterra, onde era tudo na faixa! E as entradas custam em média 8 Dólares por cabeça. Para jantar fora, não se gasta menos de 50, 60 Dólares, para duas pessoas, comerem um prato simples cada, sem bebidas alcoólicas, num restaurantezinho modesto. Viajar pelo país também é muito caro, muito mais caro do que na Inglaterra, por exemplo. Como as distâncias são muito maiores, os gastos com passagem de trem, ônibus e combustível, para os que estão de carro, são bem salgados. A melhor alternativa é ir de avião, porque as cias low cost têm sempre tarifas econômicas. E para se hospedar, nada melhor do que encarar albergues, em vez de hotéis para se hospedar na Austrália.
Também os gastos com saúde podem ficar pesados para o bolso dos brasileiros por aqui. Para se conseguir o visto, é preciso fazer seguro saúde internacional. Nós fizemos o da Medibank, que é bem popular no país. Pagamos 1500 Reais cada um, pelos seis meses, para ter a menor cobertura, o que exclui exames e alguns procedimentos. O sistema funciona por reembolso, e muitas vezes, não integral das despesas com médicos. Depois de romper os ligamentos do tornozelo e precisar fazer exames para ver o tamanho do estrago, tive que amargar com 100 Doletas de despesas, que o seguro não quis embolsar, mesmo tendo sido uma emergência. Desanimador... Na Inglaterra, o serviço de saúde NHS é público e de qualidade, o que fazia toda a diferença para nós...
Fazer academia aqui foi um luxo que não nos demos. Sem um plano de seis meses que nos servisse, precisaríamos arcar com 20 Dólares por dia, cada um, para usar a academia; ou pagaríamos em média 200 Dólares cada um por mês. Isso, nós pagamos no Brasil, para ter o Clube Pinheiros inteiro ao nosso dispor, e não quisemos desembolsar esta fortuna para frequentar academias de bairro. “É preciso ter a flexibilidade do bambu para se dar bem na vida”, já diziam os budistas; por isso, adaptamos nossas possibilidades esportivas para o tamanho do nosso bolsinho... Correr na praia e fazer musculação na pracinha virou nosso novo esporte! Só espero que o inverno não acabe com a nossa diversão.
O site Yes Australia tem um post com os preços aproximados das coisas no país. Já vi que o texto está desatualizado, porque TUDO está uns 30% mais caro do que os valores que eles apresentam, mas vale dar uma olhada para se ter uma ideia maior do custo de vida.
Com tanta conta alta para pagar aqui, o segredo é mudar. O brasileiro precisa trocar os supermercados de rede pelos Markets; as lojas de roupas, pela second hand stores; as viagens de trem, pelas de avião; a fartura, pelo comedimento; o hábito pela improvisação; o desejo, pela sublimação. Sim, porque só sublimando as vontades insatisfeitas e encontrando novas formas de se satisfazer, o brasileiro menos abastado vai ser feliz na Austrália. Tornar a passagem “pobre”pelo país uma experiência enriquecedora, conciliando economia com felicidade, é um desafio, mas só depende de abrir a mente, de experimentar o diferente, de exercer no dia-a-dia, o lado zen de viver! Ôhmmmmmmmmmmmm...
4 comentários:
Admiro pessoas corajosas, que sabem se adaptar e não ficam só reclamando ....... e conseguem ser felizes em meio as adversidades!
Turquezza, é duro se adaptar, mas pra ser feliz não tem alternativa!Temos que encarar a realidade daqui com alegria, porque é uma temporada única e logo sentiremos saudades, mesmo das muquiranices!! rsrs
sou portugues e fui para a autralia melbourne, e o custo de vida nao é asism tao elevado eu nasci na madeira e sinceramente gastava por mes em nada 1800€ aqui tenho um salario de 12000 dolares e estou bem da vida! melhor coisa que fiz!
Excelente post, excelent blog!! Moro em Cairns e mudarei em janeiro para Melbourne, seu blog esta me ajudando muito a conhecer Melbourne desde ja!
Obrigada
:)
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