domingo, 28 de agosto de 2011

Pra não dizer que não falei das flores!

Sorrento vai deixar muitas saudades...

As trilhas vão ficar sempre na lembrança...

Memórias inesquecíveis!

Vou ter que me contentar com o abraço do de pelúcia...

As deliciosas Docklands!

Academia da praia nossa de cada dia...

Aussie Footy, para lembrar com saudade!

Festa na Federation Square, pela vitória de Cadel no Tour de France!

Não dá pra não falar das flores!

Mas de tudo fica um pouco, para nosso consolo...


Clima Gato de Schrödinger: Ainda estamos aqui, mas a cabeça já está lá!

 Este é um post poético, um post sobre a saudade que fica.
 
A menos de duas semanas de voltar para o Brasil, começaram as despedidas. As despedidas dos lugares que mais gostamos, das pessoas com quem convivemos, das melhores coisas que comemos. É um momento triste, pelo que termina e ao mesmo tempo feliz pelo que vem pela frente; nas palavras do cantor*:"porque metade de mim é partida, mas a outra metade é saudade". E muita coisa aqui vai deixar saudades...


  1. Os passeios quase diários à deliciosa St Kilda Beach, para correr, apreciar os Kate boarders decolando, ou para contemplar o pôr do sol esplendoroso.
  2. A badalação da Acland St, com seus restaurantes e casas de doces impressionantes.
  3. A Federation Square, sempre animada, com festivais e eventos gratuitos.
  4. Os trams, fotogênicos e eficientes, que nos levaram para quase todos os lugares.
  5. Os deliciosos rolls, sushis extra large que se encontram por toda cidade.
  6. O divertidíssimo Ossie Footy.
  7. Falar inglês, ouvir inglês, aprender diariamente inglês.
  8. As Docklands, povoadas por iates, outlets e restaurantes, numa paisagem única em Melbourne.
  9. A Chapel e a Lygoon Streets, repletas de charmosos restaurantes e cafés.
  10. A animação do Luna Park, onde entre gritos de crianças e rangidos de montanha-russa, se escuta a algazarra dos periquitos vermelhos de Melbourne.
  11. A organização das coisas, presente nos mínimos detalhes, que nos dão a certeza de que nada vai sair errado.
  12. A segurança absoluta de circular pelos espaços públicos, sentindo-se dono do pedaço, sem receio de nada.
  13. A limpeza das ruas, a ausência de pichações, a preservação da estética.
  14. O respeito às diferenças, às raças, à orientação sexual das pessoas, à religião.
  15. O silêncio dos vizinhos, a educação do povo.
  16. A natureza crua, ou responsavelmente moldada pelo homem.
  17. O paisagismo dos parques e as trilhas perfeitas.
  18. As praias exóticas – Sorrento, Koonia, Queenscliff, que mesclam pedras e vegetação rasteira com mares turqueza incomparáveis.
  19. Os animais: possoms, coalas, cangurus, os pássaros, golfinhos...
  20. A beleza intimidante de Sydney.
  21. O estilo de vida de quem mora em Manly e Bondi beaches.
  22. Não dá para não falar das flores, coloridas, enormes e perfumadas que enfeitam a paisagem mesmo no inverno.

Mas como nem tudo são flores; há também coisas que não vão deixar a mínima saudade:


  1. A moda patética, dos micro-shorts e micros-saias, recortes assimétricos e cores fosforescentes.
  2. O custo de vida altíssimo.
  3. O clima frio e úmido de Melbourne, que não fica muito atrás do de Londres.
  4. O sistema de saúde, caro e pouco eficiente.
  5. A primeira ministra Julia Guillard com sua voz fanha e monótona na TV.
  6. A programação de TV pobre e sem graça.
  7. A péssima qualidade da Internet .
  8. De lutar para conseguir falar pelo skype.
  9. De passar protetor solar faça chuva faça sol, duas vezes por dia, pra não entrar para a estatística alarmante de melanomas na Austrália
  10. O Fuso horário de 13 horas, que nos isolou de meio mundo, literalmente.
  11. De sentir saudade do Brasil.

Como são 22 saudades que ficam, contra 11 saudades que não ficam, concluo que terei bastante saudade daqui. Mas encontro algum consolo vem nos versos do poeta**:

"Se de tudo fica um pouco,
mas por que não ficaria
um pouco de mim? No trem
que leva ao norte, no barco,
nos anúncios de jornal,
um pouco de mim em Londres,
um pouco de mim algures?
na consoante?
no poço?"

Na nossa partida um pouco de nós ficará por aqui. No jornal, na memória das pessoas, nos ferrys e trams que tomamos (no poço, acho que não!). Nossos últimos dias na Austrália me deixam com a sensação de que já não estamos aqui. O corpo e a mente, fora de sintonia, me põe num estado de Gato de Schrödinger, um pouco aqui, um pouco no Brasil, simultaneamente. O que eu considero uma situação privilegiada, porque consigo ver a minha realidade presente e o meu porvir de modos iguais. Isso me permite matar uma saudade futura,  já presente pela iminência da minha partida, no meu agora.

Metafísicas à parte, o fato é que a partida se aproxima, assim como a chegada para uma nova vida. E para encerrar em alto estilo nossa estada fora, amanhã partimos para cinco dias de puro relax, cinco horas à direita do mapa, para o meio do pacífico. Mas isso é minha próxima pauta. Por enquanto, é hora de fazer as malas, porque como diz a canção, “quem sabe faz a hora, não espera acontecer..."***

*Oswaldo Montenegro
**CDA
*** Geraldo Vandré

2 comentários:

Jo Turquezza disse...

Também vou sentir saudades das suas postagens tão esclarecedoras, lindas, poéticas ..........
Mas a gente está sempre encerrando um ciclo e abrindo outro.
Boa sorte!
Beijos.

Marina disse...

Turquezza, foi ótimo partilhar com vc deset espaço virtual! Seus comentários sempre positivos me deram mais pique de escrever no blog! Obrigada! :-D

Ainda vou postar mais alguns textos por aqui antes de me despedir da Austrália de vez.

Quem sabe a sua visita à terra dos cangurus não te inspira uns escritos para seu blog também, não é? Vou ficar de olho!!

Um beijão!