quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A volta ao ponto de partida!

Oroboro aborígene, o eterno retorno

Mais um ciclo termina. Mais um se inicia.

Esta é a terceira vez que me despeço em um blog. A primeira, em 25 de março de 2009 e a segunda, em dois de dezembro de 2010; duas ocasiões em que morei na Inglaterra. E hoje, sete de setembro de 2011, eu me despeço pela terceira, mas talvez não pela última, vez.
 
Na primeira semana em que eu e o Mário chegamos à Melbourne, nos hospedamos na homestay de uma brasileira, pegamos entre 10 e 20 graus e dias lindos de sol. Depois de passarmos o outono e o inverno inteiro debaixo de edredon e guarda-chuvas, nesta última semana aqui o clima voltou a ser exatamente igual ao do começo. E na última noite na cidade, eu e o Mário vamos dormir novamente na homestay da brasileira que nos hospedou no início. É a volta ao ponto de partida.


Nesse tempo todo que passamos aqui, pela terceira vez na vida tivemos o privilégio de conhecer pessoas e lugares, nos conhecemos mais e um ao outro também. Revisitamos conceitos, redescobrimos pequenos prazeres, grande prazeres e relembramos pela terceira vez, da falta que nos fazem família, amigos, nossos bichos, nossos temperos, nosso dinheiro. Relembramos também a falta que não fazem algumas pessoas, preocupações e a rotina.
 
Pela terceira vez estamos voltando para casa. A bagagem é maior, a consciência das coisas também. Um lar definitivo não espera por nós mais uma vez, e de novo emprego e carros também não. É a chance de um recomeço, no fim de mais uma jornada.
 

No sábado cedo embarcamos para o Brasil, onde a viagem começou. E chegamos após mais de 20 horas de vôo, na contramão do fuso, à luz do dia, no próprio sábado. Tudo conspira nesse encontro de opostos, para um encontro de iguais. A imagem que fica para mim da estada na Austrália é a de que percorremos um círculo, cumprimos um ciclo, como um oroboro, que simboliza a evolução, a continuidade, o eterno retorno.

Voltaremos para o mesmo lugar, conviveremos com as mesmas pessoas, teremos possivelmente a mesma rotina que tínhamos quando partimos. Mas seremos outros. Nosso retorno encerra nosso terceiro ciclo de peregrinação cigana pelo mundo e inaugura um quarto ciclo, que estou ansiosa para receber, quando pisar no meu velho e bom país, de onde parti há sete meses e para onde pretendo sempre retornar.
Com a certeza de que o mundo dá voltas e que nas suas esquinas elípticas tudo pode acontecer, eu me despeço daqueles que passearam pelo blog. Nos vemos por aí, porque ocasião não há de faltar!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Fiji, para fechar com chave de ouro!

Existe cenário mais romântico?

Warwick Resort, um paraíso na Terra!

Massagem que transcende o corpo!

Caiaque, para explorar o Pacífico!

Águas mornas e transparentes...

Peixes coloridos, conchas enormes, estrelas azuis, tudo na palma das mãos!

Nas colinas, a vista da onda, que marca o fim da barreira de Corais!

Casamento tradicional!

Praia do hotel e ilha do sea food restaurant, surreal...

Saudação de Fiji!

Nada fere a masculinidades dos guerreiros de Fiji!

Música no restaurante da ilha!

Fiji é mesmo afrodisíaca...

Para encerrar a temporada de quase sete meses na Austrália, eu e o Mário decidimos fazer uma viagem exótica. Foi difícil escolher o destino. Dentre vários lugares, cogitamos Vietnam, Tailândia, Bali, Singapura... Acabamos optando por Fiji. E foi de lá que voltamos ontem.

Ficamos no Warwick, um resort impecável na Costa dos Corais, na ilha de Viti Levu, uma das 330 ilhas que compõe Fiji. A ilha não é a mais paradisíaca de todas, mas por estar circundada por uma gigantesca barreira de corais, possui um dos mares mais transparentes e deslumbrantes que existem, lotado de peixes coloridos, estrelas do mar, conchas enormes e centenas de espécies marinhas. As ilhas menores e mais distantes de Nadi, onde chegam os voos internacionais são em geral também as mais inatingívei$$$ aos reles mortais.

Após passarmos cinco dias de verão, tendo que optar entre andar de caiaque ou pedalinho, fazer snorkel, caminhar pelas praias ou tomar sol, entre assistir shows de danças polinésias ou fazer excursões pelas ilhas ou cachoeiras, e mesmo tendo a difícil tarefa de optar diariamente entre jantar no restaurante italiano, no japonês, no de frutos do mar ou nos buffets temáticos, percebemos que é muito fácil se acostumar ao bem bom. E o efeito colateral disso (além de alguns quilinhos extra...) é ficar muito, mas muito de bem com a vida.


Não é à toa, que Fiji é o destino preferido dos Australianos para se casarem. Os coqueiros, a música, o alto astral do povo, o mar tricolor (azul turquesa no rasinho, verde-água sobre os corais e azul-petróleo além da barreira de corais), os pratos caprichados, a arquitetura, a natureza, tudo conspira a favor do amor... Presenciamos uns seis casamentos no resort; um deles realizado na tradição de Fiji. Foi emocionante. A noiva segue descalça numa canoa pelo mar até chegar à ilha onde o altar é montado. No percurso, um homem com trajes tribais típicos entoa um cântico soprando uma concha gigante. Pode parecer estranho, mas a imagem é de arrepiar.


A aparência dos locais é um capítulo à parte. Os homens são fortes, treinados para as batalhas, dominam armas e o fogo e incorporam a imagem dos heróis. Nem danças cheias de rebolados, as saias que vestem ou as flores que eles usam detrás da orelha ferem sua masculinidade. As mulheres, na maioria gordinhas, lembram musas de Gauguin (mulheres do Tahiti, que ele pintou em sua passagem por lá). Cenários cinematográficos, pratos deliciosos, uma cultura tribal presente, sorrisos e flores por todos os lados. Esse é o retrato de Fiji.


Depois de minha passagem por lá, aconclusão a que cheguei é a de que é uma ilha afrodisíaca. Nenhum lugar pode ser mais azul, mais feliz, mais paradisíaco e apaixonante do que Fiji. Nenhum lugar do mundo deve ter pessoas tão alegres e sorridentes. Bula, ou bom dia, bem-vindo, é a palavra que os fijeans mais dizem aos turistas, sempre com um ar de empolgação máxima, como quem diz “Surpresaaaa!” Mesmo os desconhecidos, nas ruas, nas praias, todos querem fazer amizade. A sensação que se tem é a de que são todos amigos, todos família. Em Fiji, como minha mãe bem previu, a gente se sente em casa.
 

Por isso, para encerrar este post, o penúltimo do blog, colei abaixo o email poético que ela me mandou na véspera da minha viagem. Posso dizer que comprovei tudo o que ela suspeitou a respeito de Fiji, com execeção das vozes. A única voz metafísica que de fato eu escutei foi a da minha consciência, tentando em vão sabotar minha plenitude naquele nirvana azul do Pacífico: “Marina, menos Apple crumble”; Marina, menos Souvenirs”; “Marina, mais protetor”...


Minha filha
"Uma ilha perdida no mapa, muito além de todos os oceanos, lá onde o
dia tromba com a noite e o tempo se mistura, na dança dos meridianos,
nas águas sem fim dos continentes esgarçados, dos povos morenos, de
olhos puxados, lá tão longe de nossas vidas, nossos risos, nossas
lágrimas, lá pode ser que esteja a Terra Prometida, o Paraíso, o
pedaço de céu na Terra que todos almejam encontrar.

Se você souber que
encontrou esse nirvana, essa paz celestial, esse esconderijo do Amor,
então, sinta-se em casa... Olhe muito longamente para o horizonte,
tentando adivinhar o porquê das coisas, e deixe, depois, o coração
falar. Se ele te sussurar “fique!”, então fique. Se ele te soprar “aqui é
a felicidade”, então não saia de lá. Mas se, depois de ver tanta beleza
e de sentir tanta emoção, seu coração for capaz de escutar uma voz que
ainda pede baixinho “volte”, então volte depressa, que, apesar de haver tanto mundo, tanto céu e tanto mar, o seu lugar ainda é junto de mim."

domingo, 28 de agosto de 2011

Pra não dizer que não falei das flores!

Sorrento vai deixar muitas saudades...

As trilhas vão ficar sempre na lembrança...

Memórias inesquecíveis!

Vou ter que me contentar com o abraço do de pelúcia...

As deliciosas Docklands!

Academia da praia nossa de cada dia...

Aussie Footy, para lembrar com saudade!

Festa na Federation Square, pela vitória de Cadel no Tour de France!

Não dá pra não falar das flores!

Mas de tudo fica um pouco, para nosso consolo...


Clima Gato de Schrödinger: Ainda estamos aqui, mas a cabeça já está lá!

 Este é um post poético, um post sobre a saudade que fica.
 
A menos de duas semanas de voltar para o Brasil, começaram as despedidas. As despedidas dos lugares que mais gostamos, das pessoas com quem convivemos, das melhores coisas que comemos. É um momento triste, pelo que termina e ao mesmo tempo feliz pelo que vem pela frente; nas palavras do cantor*:"porque metade de mim é partida, mas a outra metade é saudade". E muita coisa aqui vai deixar saudades...


  1. Os passeios quase diários à deliciosa St Kilda Beach, para correr, apreciar os Kate boarders decolando, ou para contemplar o pôr do sol esplendoroso.
  2. A badalação da Acland St, com seus restaurantes e casas de doces impressionantes.
  3. A Federation Square, sempre animada, com festivais e eventos gratuitos.
  4. Os trams, fotogênicos e eficientes, que nos levaram para quase todos os lugares.
  5. Os deliciosos rolls, sushis extra large que se encontram por toda cidade.
  6. O divertidíssimo Ossie Footy.
  7. Falar inglês, ouvir inglês, aprender diariamente inglês.
  8. As Docklands, povoadas por iates, outlets e restaurantes, numa paisagem única em Melbourne.
  9. A Chapel e a Lygoon Streets, repletas de charmosos restaurantes e cafés.
  10. A animação do Luna Park, onde entre gritos de crianças e rangidos de montanha-russa, se escuta a algazarra dos periquitos vermelhos de Melbourne.
  11. A organização das coisas, presente nos mínimos detalhes, que nos dão a certeza de que nada vai sair errado.
  12. A segurança absoluta de circular pelos espaços públicos, sentindo-se dono do pedaço, sem receio de nada.
  13. A limpeza das ruas, a ausência de pichações, a preservação da estética.
  14. O respeito às diferenças, às raças, à orientação sexual das pessoas, à religião.
  15. O silêncio dos vizinhos, a educação do povo.
  16. A natureza crua, ou responsavelmente moldada pelo homem.
  17. O paisagismo dos parques e as trilhas perfeitas.
  18. As praias exóticas – Sorrento, Koonia, Queenscliff, que mesclam pedras e vegetação rasteira com mares turqueza incomparáveis.
  19. Os animais: possoms, coalas, cangurus, os pássaros, golfinhos...
  20. A beleza intimidante de Sydney.
  21. O estilo de vida de quem mora em Manly e Bondi beaches.
  22. Não dá para não falar das flores, coloridas, enormes e perfumadas que enfeitam a paisagem mesmo no inverno.

Mas como nem tudo são flores; há também coisas que não vão deixar a mínima saudade:


  1. A moda patética, dos micro-shorts e micros-saias, recortes assimétricos e cores fosforescentes.
  2. O custo de vida altíssimo.
  3. O clima frio e úmido de Melbourne, que não fica muito atrás do de Londres.
  4. O sistema de saúde, caro e pouco eficiente.
  5. A primeira ministra Julia Guillard com sua voz fanha e monótona na TV.
  6. A programação de TV pobre e sem graça.
  7. A péssima qualidade da Internet .
  8. De lutar para conseguir falar pelo skype.
  9. De passar protetor solar faça chuva faça sol, duas vezes por dia, pra não entrar para a estatística alarmante de melanomas na Austrália
  10. O Fuso horário de 13 horas, que nos isolou de meio mundo, literalmente.
  11. De sentir saudade do Brasil.

Como são 22 saudades que ficam, contra 11 saudades que não ficam, concluo que terei bastante saudade daqui. Mas encontro algum consolo vem nos versos do poeta**:

"Se de tudo fica um pouco,
mas por que não ficaria
um pouco de mim? No trem
que leva ao norte, no barco,
nos anúncios de jornal,
um pouco de mim em Londres,
um pouco de mim algures?
na consoante?
no poço?"

Na nossa partida um pouco de nós ficará por aqui. No jornal, na memória das pessoas, nos ferrys e trams que tomamos (no poço, acho que não!). Nossos últimos dias na Austrália me deixam com a sensação de que já não estamos aqui. O corpo e a mente, fora de sintonia, me põe num estado de Gato de Schrödinger, um pouco aqui, um pouco no Brasil, simultaneamente. O que eu considero uma situação privilegiada, porque consigo ver a minha realidade presente e o meu porvir de modos iguais. Isso me permite matar uma saudade futura,  já presente pela iminência da minha partida, no meu agora.

Metafísicas à parte, o fato é que a partida se aproxima, assim como a chegada para uma nova vida. E para encerrar em alto estilo nossa estada fora, amanhã partimos para cinco dias de puro relax, cinco horas à direita do mapa, para o meio do pacífico. Mas isso é minha próxima pauta. Por enquanto, é hora de fazer as malas, porque como diz a canção, “quem sabe faz a hora, não espera acontecer..."***

*Oswaldo Montenegro
**CDA
*** Geraldo Vandré

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Victoria, “the place to be”!

Jazz Festival, um dos muitos que rolaram na cidade!

Olinda, na região dos Dandenongs!

Koonia e suas formas surrealistas!

Pelas trilhas de Sorrento!

Bells Beach, na Great Ocean Road!

Estava na cara o tempo todo...

Seis meses se passaram desde que eu e o Mário pisamos na Austrália. Chegamos em março à Melbourne, no Estado de Victoria, e ainda pegamos um bom tempo de calor. Três dias do divertidíssimo Moomba Festival, já na primeira semana da nossa chegada, nos anteciparam o que estava por vir. Muitos festivais, eventos gratuitos, organização e diversão.


Ao longo de nossa estada nos demos conta que Melbourne tem tanta coisa acontecendo o tempo todo, que diferentemente de quando morávamos em Manchester ou Middlesbrough, na Inglaterra, não sentimos desespero para viajar todos os finais de semana.


Exposições em museus, shows na Federation Square, os incríveis markets da cidade, as galerias, shoppings, os incontáveis cafés e restaurantes (Chinatown, Lyggon, Acland e Fitzroy streets, as Docklands), a atmosfera das praias de St Kilda, Brighton e Sandringham, tudo conspira a favor de finais de semana cosmopolitas e urbanos na cidade. São tantas possibilidades de entretenimento, que levamos mais de um mês para fazermos a primeira viagem para fora de Melbourne.


Mas depois que pusemos os pés na estrada pela primeira vez, indo para a turística Phillip Island, pelo menos duas vezes por mês acabamos indo para algum lugar do Estado e Victoria. Conhecemos praias, cidades do interior, e cidades de montanha. Com o sistema bem estruturado de transporte público, pudemos explorar várias regiões, sem gastar muito. Mas também nos ressentimos de não termos conhecido a Grande Barreira de Corais, a Tasmânia, o Outback. A falta de tempo e de dinheiro foram os principais impedimentos, afinal, a Austrália é enorme, e não é como a Europa, onde com duas horas num trem se cruza um país. Para chegar à Sydney daqui, por exemplo, a viagem leva mais de 11 horas de trem e custa bem caro. Então acabamos optando por conhecer bem os arredores, do que fazer apenas uma ou duas viagens para longe e abrir mão de paisagens idílicas do Estado de Victoria.

De todos os lugares que conhecemos num raio de três horas e meia de distância de Melbourne, os que mais nos deslumbraram foram a Mornington Península e a Great Ocean Road. Ambas, regiões litorâneas, com praias completamente diferentes das brasileiras: cheias de pedras e uma vegetação bem característica, circundadas por trilhas cinematográficas, para o deleite dos andarilhos.


A região da península é conhecida pela sofisticação (pelos restaurantes, casas de vinhos, campos de golfe...) e por ter uma natureza mais selvagem. As praias de Sorrento e Koonia são paraísos quase intocados pelo homem, destinos obrigatórios para qualquer um que venha para a Austrália. Já as praias da Great Ocean Road são mais habitadas, com um mar aberto bem revolto, perfeito para o Surf. Torquay, Jan Juc, e Bells Beach, com seu legendário campeonato mundial, e Lorne são roteiros certeiros para os que vão conferir o cartão postal dos 12 Apostles, pegar ondas radicais, ou usufruir de um final de semana de puro relax.


A região dos Dandenongs, onde ficam as cidades de Olinda e Sassafras também é incrível. Muitos parques, jardins e até uma floresta, com os mais altos eucaliptos do mundo atraem turistas de todo o país. O lugar é ideal para quem adora caminhadas, cachoeiras, cheirinho de mato, um vinho, uma lareira... Muitos dos mais premiados hotéis, spas e albergues de Victória ficam lá. E no inverno, a região fica coberta pela neve. Perfeito para quem curte o clima frio de montanha.
  
Agora que a viagem está quase terminando, mesmo tendo nos deslumbrado em Sydney, Manly e Bondi, em New South Wales, fica a sensação metonímica de que Victória foi o nosso todo na Austrália. Foi aqui que vimos algumas das paisagens mais belas do planeta, onde sentimos que seríamos felizes para sempre. E hoje compreendemos de verdade o porquê do lema que todo carro aqui ostenta em suas placas, “Victoria, the place to be”!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Lorne, um destino para todos os gostos!

Cacatoas na palma da mão!

Um dos vários cafés charmosos...

Piqueniques, trilhas e um marzão para todos!

Feeling a bit lost?

As pedras e o mar!

O azul e o verde, em medidas iguais!

Um píer e muitas trilhas!

Tramway Track, para ver o encontro do rio com o mar!

O visual compensa a caminhada!

 
Situada entre as curvas sinuosas da mais famosa estrada da Austrália, a Great Ocean Road, fica a pequena Lorne. Cidade de mar e montanha, ela é uma mistura de Itatiaia - cheia de trilhas e cachoeiras, Campos do Jordão – com seu centrinho charmoso e animado, e da Juréia, no litoral norte de São Paulo, pela quantidade de mata ao redor da praia. O resultado é único. Único e plural.
 
Algumas das múltiplas opções de entretenimento que a praia oferece são lagartixar ao sol em suas areias fofas, nadar - com sorte entre golfinhos - surfar em ondas radicais, andar de bike e de caiaque, velejar, pescar no píer ou nas pedras dramáticas da encosta, percorrer trilhas na mata, curtir um jantarzinho romântico à luz de velas em frente à praia, ou mesmo  fazer um break no longo caminho entre Melbourne e os 12 Apóstolos, o cartão postal mais famoso de Victoria.


Próximo ao excelente centro de informações e de diversos pequenos cafés e restaurantes de Lorne, fica a base do Great Otway National Park, um santuário ecológico habitado por animais selvagens, como coalas, equidnas e muitos pássaros exóticos, camuflados na densa vegetação que margeia rios e cachoeiras.  Há trilhas de uma a quatro horas de duração, para os mais aventureiros. Um riacho bem próximo à entrada do parque é um reduto de patos e cacatoas esfomeadas que vêem comer na mão de quem estiver disposto a levar umas bicadas, para interagir com os verdadeiros donos da terra.

Para quem gosta de caminhar na mata, mas prefere costear o oceano, vale percorrer a Tramway Track, uma trilha de 3 kms (ida e volta), que sai da Great Ocean Road e contorna uma pequena montanha, paralela à praia, até chegar ao George River, no ponto onde suas águas se encontram com as do mar. Apesar de ser um pouco íngreme e em meio a uma mata bem fechada, a trilha é segura e possibilita belas vistas de Lorne.


Um dia pode ser o suficiente para degustar um pouco da graça de Lorne. Mas para desfrutar de verdade do lugar, talvez um final de semana inteiro, para perder a hora apreciando a paisagem, dê conta de saciar o apetite dos mais aventureiros, ou românticos, ou mochileiros...

*Para chegar à Lorne de carro, basta seguir pela maravilhosa Great Ocean Road. Passando Anglesea e Aireys Inlet, é a primeira praia. Por transporte público, é preciso pegar um trem para Geelong na Southern Cross Station, em Melbourne e tomar o ônibus número 1, que parte da própria estação, com destino à Worrnambool. No total, a viagem leva quase 3 horas, mas a vista é tão linda, que mesmo que levasse 10 horas, não cansaria. 

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Dicas práticas para morar na Austrália!

As portas estão abertas na Austrália, pode entrar!

É fácil se virar num lugar onde as coisas tendem a dar certo!





Seis meses não bastam. Que tal esticar o tempo um pouco?
Chegando à Austrália, depois de passar pela maratona do visto e ter desembolsado uma bela grana com a documentação sem fim e exames médicos, é hora de se engajar na rotina do país. Ou seja, é hora de descobrir como abrir uma conta no banco, qual plano de celular e internet escolher, como pagar contas, etc... Isso, assumindo que já se encontrou um lar para chamar de seu (se ainda não encontrou, leia o passo a passo para achar uma moradia na Austrália!).
 
Como estou quase de volta para o Brasil, também já aprendi como se desvincular de tudo na hora de ir embora, então vou postar aqui informações vitais para quem vem passar um tempo, mas pretende retornar pra casa depois.

1)     Bancos


Há muitos Bancos na Austrália. Todos, bem parecidos em relação às vantagens e taxas que cobram. A diferença aqui é que a maioria deles é bem mais virtual do que real. As agências têm pouquíssimos funcionários, que lidam mais com depósitos e saques - ambos tarifados, operações de câmbio e investimentos. As transações são quase sempre feitas por tel, internet ou via ATM, terminais de auto-atendimento.

Para abrir uma conta, pede-se o passaporte e um comprovante de endereço. Nem dinheiro é preciso. Alguns bancos cobram uma taxa mínima de manutenção da conta, que dá direito a certo número de transações: consultas de saldo, extrato, saques, transferências, por mês. Em geral, a taxa é de 4 a 5 Dólares mensais. Passando o limite das transações permitidas, cobra-se à parte. Saques e depósitos feitos na boca do caixa são quase sempre cobrados à parte. Dica: para economizar, opte por uma Saving Account. Ela dá o direito a um cartão, mas não cheques, que quase ninguém usa. As tarifas são menores, bem como as complicações.


Eu e o Mário abrimos uma conta no Commonwealth Bank e ficamos bem satisfeitos. Em toda esquina tem uma agência ou um caixa automático, e o site é bem fácil de utilizar. Fechar a conta é simples também; basta ir à agência e comunicar algum gerente, que ele devolve as quantias em dinheiro e encerra a conta. Como o recebimento do Bond (o caução inicial que depositamos para alugar o flat no começo) só vai acontecer duas semanas após nós termos retornado ao Brasil, vamos ter que partir deixando a conta aberta. Neste caso, para fechá-la sem estar aqui, é preciso deixar uma carta assinada, autorizando a transferência de todos os valores que constarem da conta na data X para a agência no Brasil (sob uma tarifa de 30 Dólares), que o banco se encarrega de tudo.


Segue a lista dos bancos mais conhecidos da Austrália:

 
2)    Pagamento de Contas


Pagamentos de aluguel podem ser feitos por depósito bancário diretamente na conta do favorecido (state agent ou landlord), ou via internet. Contas de consumo, como água, TV, celular pós-pago, eletricidade, etc, devem ser feitos via internet ou nos caixas dos Post Offices. Isso explica porque os bancos vivem às moscas, enquanto os correios têm sempre fila...

3)    Luz, água, gás, TV e telefone
 
A coisa mais prática que se pode fazer ao alugar um flat na Austrália é já no contrato de locação, preencher um formulário que já vem embutido nas papeladas da imobiliária, oferecendo todos os serviços de uma só vez. Em geral, companhias de eletricidade e gás (LUMO, por exemplo), provedores de TV a cabo e companhias de telefone estão num combo chamado Direct Connect. Na hora de fechar o contrato de locação, basta ticar nos serviços que desejar, que os provedores entram em contato no dia seguinte para combinar a instalação de tudo. Assim, não é preciso sair pesquisando um a um os provedores e perder horas ligando para todos. Eles vêem até nós com esse sistema. Os planos de internet, TV a cabo e telefone costumam estar atrelados ao prazo mínimo de um ano de contrato. Por isso, nós não tivemos telefone fixo, internet fixa, nem TV a cabo. E esse é o lado ruim da coisa...


Para terminar os contratos, é preciso entrar em contato por telefone ou pessoalmente com o provedor e pedir a leitura final da conta e o cancelamento do serviço com pelo menos duas semanas de antecedência. Para pagar uma fatura à distância, quando já estiver de volta ao Brasil, é preciso solicitar o envio do boleto por email e pagar pela internet.

4)    TV

A televisão aberta da Austrália é uma lástima. São apenas seis canais, com poquíssimas opções decentes de programas. Comerciais chatíssimos e infindáveis tornam um suplício assistir qualquer coisa. Para se ter uma ideia, o programa de maior audiência é Master Chefs, uma competição de culinária. Quem adora ver TV e estava acostumado com SKY, NET, TVA, chega aqui e fica desesperado. Mas há algumas opções:

Freeview: está chegando um sistema de TV digital que capta dezenas de canais, sem custo. É preciso comprar um aparelho (que custa entre 20 e 99 Dólares) e instalar na TV. Depois, fazer uma reza brava para conseguir um bom sinal na região onde mora e com sorte, a programação de TV vai ficar bem mais variada!
 
Também há algumas opções de TV a cabo, que valem a pena para os que não querem perder jogos, campeonatos e programas internacionais variados. Preços e vantagens de cada um, você pode comparar nesse site!


5)    Celular e Internet

Há diversas companhias de celulares na Austrália. A maioria é provedora também dos planos de internet/broadband. Telsra; Vodafone; Optus; Three Mobile e Virgin são as mais conhecidas. No ato da compra do aparelho e da decisão se será pré ou pós-pago, já se pode adquirir um modem e o plano de internet que mais convier.


Quem vem para morar aqui por até seis meses não consegue um plano pós-pago, porque os contratos são de no mínimo um ano. Nesse caso, a saída é escolher um pré-pago mesmo. O problema é que o preço dos aparelhos é bem mais alto nesses planos... Para quem vem passar mais de um ano, compensa fazer um plano pós-pago e ter um mega aparelho, que vai sair bem baratinho! Uma dica: antes de adquirir o aparelho, questione a cobertura da empresa. Nós escolhemos a OPTUS e descobrimos que a cobertura na área de ST Kilda, onde moramos, é péssima! Nossa internet é da pior qualidade e constantemente estamos sem sinal. Dizem que a Telsra é a melhor, mas não tenho como comprovar, porque passei os meus seis meses aqui xingando a OPTUS e seu provedor BOOST (o próprio nome já avisa...) de internet.

Os planos de internet também costumam estar ligados ao prazo mínimo de um ano, mas algumas empresas (do combo Direct Connect) oferecem o serviço por menos tempo, a um preço muito salgado. Nós achamos que não compensava fazer o plano, mesmo sabendo que a qualidade do serviço seria bem superior à da fornecida pelas companhias de celulares.
 

Para fazer a escolha mais econômica de internet, e com sorte, de melhor qualidade, vale comparar as empresas mais conhecidas neste site! O plano que nós escolhemos, para se ter uma ideia dos preços, nos custou 120 Dólares pelo modem, mais uns 200 Dólares em Gigas, ou seja, por volta de 320 Dólares, por seis meses. E foi um dos mais baratos que encontramos. Dica: o skype é um devorador de créditos. Para fazer render os gigas comprados, manere no uso do vídeo e no tempo das chamadas. MSN, Facebook e email consomem bem menos os créditos!
Pode parecer muita burocracia, mas na prática não é. As coisas funcionam bem na Austrália. O maior problema é o prazo mínimo de 12 meses que muitas companhias exigem na hora de fechar os contratos, que encarece e às vezes impossibilita os viajantes temporários de usufruírem dos melhores serviços. Mas como tudo na vida tem dois lados, quem sabe isso não vira um pretexto para esticar o tempo que vem passar aqui, não é mesmo?

Obs: para dicas de como circular em Melbourne, trams, trens, ônibus e bikes, você encontra no post Circulando por Melbourne: os dilemas dos viajantes!