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As portas estão abertas na Austrália, pode entrar! |
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É fácil se virar num lugar onde as coisas tendem a dar certo! |
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Seis meses não bastam. Que tal esticar o tempo um pouco? |
Chegando à Austrália, depois de passar pela maratona do visto e ter desembolsado uma bela grana com a documentação sem fim e exames médicos, é hora de se engajar na rotina do país. Ou seja, é hora de descobrir como abrir uma conta no banco, qual plano de celular e internet escolher, como pagar contas, etc... Isso, assumindo que já se encontrou um lar para chamar de seu (se ainda não encontrou, leia o passo a passo para achar uma moradia na Austrália!).
Como estou quase de volta para o Brasil, também já aprendi como se desvincular de tudo na hora de ir embora, então vou postar aqui informações vitais para quem vem passar um tempo, mas pretende retornar pra casa depois.
1) Bancos
Há muitos Bancos na Austrália. Todos, bem parecidos em relação às vantagens e taxas que cobram. A diferença aqui é que a maioria deles é bem mais virtual do que real. As agências têm pouquíssimos funcionários, que lidam mais com depósitos e saques - ambos tarifados, operações de câmbio e investimentos. As transações são quase sempre feitas por tel, internet ou via ATM, terminais de auto-atendimento.
Para abrir uma conta, pede-se o passaporte e um comprovante de endereço. Nem dinheiro é preciso. Alguns bancos cobram uma taxa mínima de manutenção da conta, que dá direito a certo número de transações: consultas de saldo, extrato, saques, transferências, por mês. Em geral, a taxa é de 4 a 5 Dólares mensais. Passando o limite das transações permitidas, cobra-se à parte. Saques e depósitos feitos na boca do caixa são quase sempre cobrados à parte. Dica: para economizar, opte por uma Saving Account. Ela dá o direito a um cartão, mas não cheques, que quase ninguém usa. As tarifas são menores, bem como as complicações.
Eu e o Mário abrimos uma conta no Commonwealth Bank e ficamos bem satisfeitos. Em toda esquina tem uma agência ou um caixa automático, e o site é bem fácil de utilizar. Fechar a conta é simples também; basta ir à agência e comunicar algum gerente, que ele devolve as quantias em dinheiro e encerra a conta. Como o recebimento do Bond (o caução inicial que depositamos para alugar o flat no começo) só vai acontecer duas semanas após nós termos retornado ao Brasil, vamos ter que partir deixando a conta aberta. Neste caso, para fechá-la sem estar aqui, é preciso deixar uma carta assinada, autorizando a transferência de todos os valores que constarem da conta na data X para a agência no Brasil (sob uma tarifa de 30 Dólares), que o banco se encarrega de tudo.
Segue a lista dos bancos mais conhecidos da Austrália:
2) Pagamento de Contas
Pagamentos de aluguel podem ser feitos por depósito bancário diretamente na conta do favorecido (state agent ou landlord), ou via internet. Contas de consumo, como água, TV, celular pós-pago, eletricidade, etc, devem ser feitos via internet ou nos caixas dos Post Offices. Isso explica porque os bancos vivem às moscas, enquanto os correios têm sempre fila...
3) Luz, água, gás, TV e telefone
A coisa mais prática que se pode fazer ao alugar um flat na Austrália é já no contrato de locação, preencher um formulário que já vem embutido nas papeladas da imobiliária, oferecendo todos os serviços de uma só vez. Em geral, companhias de eletricidade e gás (LUMO, por exemplo), provedores de TV a cabo e companhias de telefone estão num combo chamado Direct Connect. Na hora de fechar o contrato de locação, basta ticar nos serviços que desejar, que os provedores entram em contato no dia seguinte para combinar a instalação de tudo. Assim, não é preciso sair pesquisando um a um os provedores e perder horas ligando para todos. Eles vêem até nós com esse sistema. Os planos de internet, TV a cabo e telefone costumam estar atrelados ao prazo mínimo de um ano de contrato. Por isso, nós não tivemos telefone fixo, internet fixa, nem TV a cabo. E esse é o lado ruim da coisa...
Para terminar os contratos, é preciso entrar em contato por telefone ou pessoalmente com o provedor e pedir a leitura final da conta e o cancelamento do serviço com pelo menos duas semanas de antecedência. Para pagar uma fatura à distância, quando já estiver de volta ao Brasil, é preciso solicitar o envio do boleto por email e pagar pela internet.
4) TV
A televisão aberta da Austrália é uma lástima. São apenas seis canais, com poquíssimas opções decentes de programas. Comerciais chatíssimos e infindáveis tornam um suplício assistir qualquer coisa. Para se ter uma ideia, o programa de maior audiência é Master Chefs, uma competição de culinária. Quem adora ver TV e estava acostumado com SKY, NET, TVA, chega aqui e fica desesperado. Mas há algumas opções:
Freeview: está chegando um sistema de TV digital que capta dezenas de canais, sem custo. É preciso comprar um aparelho (que custa entre 20 e 99 Dólares) e instalar na TV. Depois, fazer uma reza brava para conseguir um bom sinal na região onde mora e com sorte, a programação de TV vai ficar bem mais variada!
Também há algumas opções de TV a cabo, que valem a pena para os que não querem perder jogos, campeonatos e programas internacionais variados. Preços e vantagens de cada um, você pode comparar nesse site!
5) Celular e Internet
Há diversas companhias de celulares na Austrália. A maioria é provedora também dos planos de internet/broadband. Telsra; Vodafone; Optus; Three Mobile e Virgin são as mais conhecidas. No ato da compra do aparelho e da decisão se será pré ou pós-pago, já se pode adquirir um modem e o plano de internet que mais convier.
Quem vem para morar aqui por até seis meses não consegue um plano pós-pago, porque os contratos são de no mínimo um ano. Nesse caso, a saída é escolher um pré-pago mesmo. O problema é que o preço dos aparelhos é bem mais alto nesses planos... Para quem vem passar mais de um ano, compensa fazer um plano pós-pago e ter um mega aparelho, que vai sair bem baratinho! Uma dica: antes de adquirir o aparelho, questione a cobertura da empresa. Nós escolhemos a OPTUS e descobrimos que a cobertura na área de ST Kilda, onde moramos, é péssima! Nossa internet é da pior qualidade e constantemente estamos sem sinal. Dizem que a Telsra é a melhor, mas não tenho como comprovar, porque passei os meus seis meses aqui xingando a OPTUS e seu provedor BOOST (o próprio nome já avisa...) de internet.
Os planos de internet também costumam estar ligados ao prazo mínimo de um ano, mas algumas empresas (do combo Direct Connect) oferecem o serviço por menos tempo, a um preço muito salgado. Nós achamos que não compensava fazer o plano, mesmo sabendo que a qualidade do serviço seria bem superior à da fornecida pelas companhias de celulares.
Para fazer a escolha mais econômica de internet, e com sorte, de melhor qualidade, vale comparar as empresas mais conhecidas neste site! O plano que nós escolhemos, para se ter uma ideia dos preços, nos custou 120 Dólares pelo modem, mais uns 200 Dólares em Gigas, ou seja, por volta de 320 Dólares, por seis meses. E foi um dos mais baratos que encontramos. Dica: o skype é um devorador de créditos. Para fazer render os gigas comprados, manere no uso do vídeo e no tempo das chamadas. MSN, Facebook e email consomem bem menos os créditos!
Pode parecer muita burocracia, mas na prática não é. As coisas funcionam bem na Austrália. O maior problema é o prazo mínimo de 12 meses que muitas companhias exigem na hora de fechar os contratos, que encarece e às vezes impossibilita os viajantes temporários de usufruírem dos melhores serviços. Mas como tudo na vida tem dois lados, quem sabe isso não vira um pretexto para esticar o tempo que vem passar aqui, não é mesmo?
Obs: para dicas de como circular em Melbourne, trams, trens, ônibus e bikes, você encontra no post Circulando por Melbourne: os dilemas dos viajantes!